sábado, 11 de maio de 2013

Jornal do Comércio. Porto Alegre, sábado, 11 de maio de 2013.


Tarso convida ambientalista para fazer parte do governo
Francisco Milanez foi encarregado de criar plano de sustentabilidade
Fernanda Nascimento
JONATHAN HECKLER/JC
‘Essa (crise) vai nos ajudar a pensar o futuro do Estado’, projeta Milanez
‘Essa (crise) vai nos ajudar a pensar o futuro do Estado’, projeta Milanez
O governador Tarso Genro (PT) deu mais uma resposta à crise instaurada no setor do meio ambiente – após a deflagração da Operação Concutare – e convidou o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez, para coordenar a criação de um Programa de Sustentabilidade. O projeto debatido ontem, em reunião no Palácio Piratini, promete ser pioneiro e envolver a iniciativa privada, o poder público e a sociedade civil na busca por alternativas para o futuro ambiental do Estado. A criação da nova estrutura se soma a outras medidas adotadas pelo governo estadual após a Polícia Federal ter apontado indícios de pagamento de propina para a emissão de licenças ambientais. Na segunda-feira, Tarso Genro anunciou que escolherá pessoalmente o novo presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e que o cargo não é “objeto de negociação política” e terá um perfil técnico.

Outros reflexos da operação foram as exonerações do ex-secretário do Meio Ambiente (Sema) Carlos Fernando Niedesberg (PCdoB) e da ex-presidente da Fepam Gabriele Gottlieb (PCdoB), ambos no rol de investigados pela polícia. A temática do meio ambiente também terá espaço ampliado no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão), que vai instalar uma Câmara Temática para tratar do assunto na sexta-feira.

O nome de Milanez chegou a ser cotado – e comemorado – entre ambientalistas. Mas, de acordo com o novo integrante do governo, sua missão será “implantar um programa para virar referência e fazer um trabalho amplo”. O ambientalista ainda desconhece em qual setor estará alocado e a estrutura que terá para a organização do trabalho, mas pretende auxiliar as ações da Sema e da Fepam. “Não teremos um papel fiscalizador ou ligado ao setor de licenças ambientais, mas o diálogo vai nos ajudar a iluminar com novas ideias estes órgãos importantíssimos”, afirmou Milanez.

Na avaliação do ambientalista, o governo está disposto a enfrentar os problemas do setor ambiental. “A maior resposta do governo é ficar responsável pela nomeação da Fepam. Mas, é claro que as crises sempre nos iluminam, e essa vai nos ajudar a pensar o futuro do Estado”, disse.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=123542